Introdução: O Plantão Psicológico (PP) é uma modalidade de atendimento que teve seu início no Brasil, em 1969, no serviço de aconselhamento psicológico, no Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IPUSP), baseado no modelo de aconselhamento de Carl Rogers, com objetivo inicial de reduzir filas na clínica tradicional. Desde então, sua usabilidade se faz presente em clínicas escola, assim como em diversos espaços institucionais em que se dispõe do trabalho profissional da Psicologia. Essa modalidade se apresenta como um espaço de acolhimento, escuta imediata, flexível, sem necessidade de agendamento prévio. Segundo Brentano, Viana e Evangelista (2022), caracteriza-se pela curta duração, a centralidade no cliente, ênfase em potencialidades para lidar com problemas. Além disso, tem importante contribuição para o caráter formativo de estudantes do curso de psicologia, possibilitando treinamento da escuta e contato com os diversos sofrimentos existenciais de nosso tempo, o que faz relevante o estudo de sua implementação num contexto institucional. Objetivo: Relatar, por meio de revisão literária, como acontece o serviço de plantão psicológico nas instituições de ensino superior de psicologia no Brasil. Metodologia: Este estudo é uma revisão bibliográfica, consistindo na análise de seis artigos acadêmicos que abordam o processo de implementação do PP em Serviços-Escola de Psicologia. As bases de dados utilizadas foram Periódicos Eletrônicos em Psicologia (PePSIC), Scientific Eletronic Library Online (SciELO) e Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciências da Saúde (LiLACS), com os descritores: “plantão psicológico” AND “serviço escola” AND “implementação”. Os critérios de inclusão adotados foram: artigos redigidos em língua portuguesa, com relatos de experiência em Serviços-Escola de Psicologia, sem delimitação temporal. A análise dos dados seguiu a técnica de Análise de Conteúdo, proposta por Bardin (2011), conhecido como um método sistemático e objetivo de interpretação, que visa identificar significados, padrões e tendências no material analisado, favorecendo uma compreensão aprofundada do conteúdo. Resultados parciais e Discussão: A partir dos estudos sobre PP, fica notória sua multipotencialidade de ser instaurado em diversos espaços e sua importância no atendimento à emergência em saúde mental. Segundo Silva, Conceição e Bernardo (2024) em sua experiência de PP em uma universidade estadual, notou-se que o PP não substitui a psicoterapia regular, uma vez que existem demandas que necessitam de um atendimento processual. Contudo, em muitas situações vivenciadas, observou-se a importância do PP no atendimento à urgência, onde a escuta e o acolhimento da modalidade em questão, foram essenciais para a ressignificação e elaboração da demanda por parte do sujeito (Silva; Conceição; Bernardo, 2024). No contexto de atuação em Serviços-Escola de Psicologia, onde surgiu o PP, os benefícios da implementação são diversos. Além das potencialidades já citadas, o PP surge como uma alternativa às filas de espera por psicoterapia regular. De acordo com Furigo apud Furigo et al. (2008), em sua experiência em uma universidade, a instauração do PP, mesmo não sendo o objetivo primário, reduziu em 30% a fila de espera de pessoas aguardando o serviço de psicoterapia regular. Contudo, existem desafios na prática dessa modalidade, sobretudo para os próprios estudantes plantonistas, que são expostos ao desconforto do inesperado, o que pode gerar uma insegurança sobre a atuação (Sá; Azevedo; Leite apud Macêdo et al 2021). Para tal questão, além da importância do conhecimento teórico, é obrigatório que exista um momento de supervisão para o plantonista em um Serviços-Escola de Psicologia. Segundo Furigo et al (2008) o supervisor observa a atuação dos estudantes-plantonistas de modo crítico, oferecendo um feedback, e incentivando o desenvolvimento pessoal do plantonista. Macêdo (2021) também afirma que a supervisão é vista como um espaço de aprendizagem por parte dos alunos, por que além de ser um momento de receber o feedback da sua própria atuação, é também um espaço de debater casos com os colegas plantonistas, sendo assim um local de troca de saberes e conhecimento. Portanto, a supervisão se faz essencial na formação e aprimoramento da atuação do plantonista. O PP é um espaço onde o sujeito que o procura, busca um momento de escuta e acolhimento para falar de questões que, em outros locais, ele não possui liberdade de expressar tais queixas (Silva, Conceição e Bernardo,2024, p.8). À vista disso, dá se necessária a existência dessa modalidade clínica, em diversos aparelhos de saúde mental, dentre eles, os Serviços-Escola de Psicologia. Onde existem benefícios tanto para os profissionais, quanto para a população.
Considerações finais: Em síntese, é possível compreender que o PP se configura como uma estratégia clínica relevante no contexto das instituições de ensino superior, tanto pelo caráter acolhedor e emergencial da prática quanto por seu valor formativo para estudantes de Psicologia. A literatura analisada evidencia que a escuta clínica proporcionada aos estudantes nos PPs alia a teoria à prática e favorece a construção de competências essenciais ao exercício da profissão, ao mesmo tempo que oferece suporte ao sofrimento psíquico para aqueles que buscam um espaço de escuta qualificada no contexto acadêmico. Ademais, existem desafios enfrentados nesses Serviços-Escola de Psicologia, como limitações estruturais e dificuldades no manejo das demandas, porém é sabido que a presença de supervisão qualificada e espaços formativos consistentes favorecem a consolidação dessa prática como um recurso potente de intervenção e aprendizado. O PP, nesse sentido, deve ser reconhecido não apenas como resposta às urgências subjetivas, mas também como um instrumento pedagógico essencial à formação crítica e comprometida com a realidade social. Portanto, propõe-se a implementação estruturada do plantão psicológico nas instituições de ensino superior, como estratégia de promoção da saúde mental e de fortalecimento das práticas clínicas no contexto acadêmico. Com a formalização de um núcleo de PP como parte dos Serviços-Escola de Psicologia, a ser desenvolvida junto à coordenação acadêmica do curso de Psicologia, com seu setor psicopedagógico e com a gestão institucional, de modo a garantir tanto a qualificação no atendimento como o cuidado ético com todos os envolvidos. De tal forma que com a devida implementação, amplia-se o acesso aos serviços de saúde no ambiente universitário e atua-se diretamente na formação do estudante dentro da instituição de forma mais sensível, ética e socialmente implicada.
A II Jornada Científica do PROMIC 2025 é uma iniciativa promovida pela Coordenadoria de Pesquisa e Monitoria (COOPEM) da Unifametro, com o objetivo de fomentar a divulgação e o acompanhamento do progresso dos projetos desenvolvidos no âmbito do Programa de Monitoria e Iniciação Científica (PROMIC).
Este evento celebra a dedicação de alunos e professores na construção do conhecimento científico, proporcionando um espaço para o intercâmbio de ideias, a reflexão crítica e o incentivo à produção acadêmica de excelência. Por meio da apresentação de resultados parciais e finais das pesquisas, a Jornada busca não apenas estimular o aprendizado interdisciplinar e o pensamento inovador, mas também reforçar o compromisso da Unifametro com a formação integral de seus discentes.
Convidamos todos a explorar os anais deste evento, que representam um marco significativo na trajetória acadêmica e científica da instituição, evidenciando o papel transformador da pesquisa na construção de uma sociedade mais justa e sustentável.
Normas para Submissão de Resumos Simples
Os resumos a serem submetidos à II Jornada Científica do PROMIC 2025 devem ser elaborados e formatados de acordo com as seguintes diretrizes:
Título
Autores
Informações adicionais
Classificações
Corpo do Resumo
Palavras-chave
Referências
Essas normas visam padronizar os trabalhos apresentados, garantindo a qualidade e a organização dos anais da II Jornada Científica do PROMIC 2025.
Comissão Organizadora
Gabriella de Assis Wanderley
Antônio Adriano da Rocha Nogueira
Kauã Alexsander Gomes Carvalho
Comissão Científica
Antônio Adriano da Rocha Nogueira
Kauã Alexsander Gomes Carvalho
A Comissão Científica permanece à disposição pelo e-mail coopem@unifametro.edu.br e presencialmente na sala da Coordenadoria de Pesquisa e Monitoria (COOPEM) localizada no Campus Carneiro da Cunha do Centro Universitário Fametro - Unifametro.